É PRECISO ESTAR SEMPRE PRÓXIMO DO TRABALHADOR

Precisa existir no universo fabril uma conduta única que hoje quase inexiste entre os trabalhadores que atuam na produção, no administrativo, no RH, no financeiro, no marketing, no TI, no jurídico etc: união. Mas tal conduta precisa ser transparente e democrática, onde absolutamente tudo é decidido com o prevalecimento do resultado onde a maioria decide pelo “sim” ou pelo “não”.
E isso quase não existe porque não é tarefa fácil. O pensamento dos setores de uma empresa é divergente. O pessoal do ADM não pensa como o pessoal do TI, que não pensa como o pessoal do marketing e que não pensa como o pessoal da produção. E assim vai.
Mas quando se trata de mexer no bolso do trabalhador, a coisa muda de rumo num instante. Estamos falando de negociações de data-base, ou do dissídio (popularmente falado para designar a negociação periódica de acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho). E aí é que entra a palavrinha mágica, chamada “SINDICATO”.
Sem a atuação do sindicato, o “dissídio” pode ficar no ZERO POR CENTO para o trabalhador. É isso que toda empresa quer, para gerar mais lucro, inclusive em cima dos próprios “vencimentos” do trabalhador. E podemos provar agora.
Vamos a uma conta simples e hipotética sobre aumento de cesta básica. Imaginemos que a empresa tenha 10 mil funcionários no Brasil. Cada um recebe R$ 300,00 mensais de cesta. São R$ 36 milhões gastos por ano pela empresa, só com este benefício. Quando acontece a negociação, o patrão fala que não tem dinheiro pra dar aumento. No máximo, vai aplicar em tudo (salário e benefícios) o valor do índice (que é o INPC). Vamos supor que o INPC seja de 4,09% (acumulado de 12 meses). Então o patrão oferece uma cesta mensal de R$ 312,27.
Tem muito sindicato no mundo que aceita de boa e assina o acordo. Mas tem sindicato que acha injusto, porque este valor não corresponde ao aumento real para seus representados. Daí ele briga, briga e briga, até chegar aos R$ 360,00 (20% a mais na cesta). São R$ 43,2 milhões que a empresa vai desembolsar nos próximos 12 meses, ou seja, R$ 7,2 milhões de aumento na cesta dos seus 10 mil trabalhadores.
Se o sindicato não tivesse brigado tanto, seriam milhões a mais no bolso do patrão. E aí é que a coisa pega. Seriam também 10 mil trabalhadores e seus familiares comendo menos no dia-a-dia.
Mas a importância da atuação do sindicato não para somente na cesta básica. O sindicado, como o nosso SITAC, que possui 91 anos de atuação e que sempre lutou pelas melhorias dos trabalhadores da alimentação, hoje se vê questionado por caroneiros* sobre sua própria atividade ou função principal.
Existe uma resposta clara para solucionar esta questão: com o SITAC, o trabalhador tem aumento. Sem o SITAC, o trabalhador não tem aumento. Simples assim!
Se o trabalhador não estiver do lado do seu sindicato, provavelmente ele não faz questão de ter aumento no seu salário e provavelmente também não faz questão de receber seus benefícios (todos eles foram criados através de conquistas sindicais históricas). E se ele não contribui mensalmente com o sindicato, provavelmente ele é um caroneiro*, porque existem trabalhadores que contribuem e ainda são chamados de “trouxas” por estes aproveitadores.
Portanto, esta falta de união entre os trabalhadores de vários setores de uma empresa faz com que haja uma injustiça no universo trabalhista. O sindicato é mau visto pelo seu representado porque é necessário contribuir, mas quando ocorre o “dissídio” o sindicato é “útil”. Lembre-se daquela continha básica sobre a cesta básica. Sem o seu sindicato, milhões e milhões que deveriam ir para o trabalhador podem ficar de fora das negociações. E isso acontece todos os anos.
Não desmereça seu sindicato! Esteja mais unido com seus colegas e continue nos ajudando a conquistar seus aumentos de salário e benefícios!

Saudações sindicais!!!

Marcos Araujo
Presidente do SITAC

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