Depois de quatro dias de movimento paredista os trabalhadores da fábrica da Bimbo, situada em Jaguariúna, voltaram às atividades. A greve foi deflagrada no dia 5 de novembro e terminou no dia 9.
Representantes da Bimbo tentaram de todas as formas nefastas, por meio de interdito proibitório, incriminar o movimento grevista, entrando na justiça alegando que o SITAC estava impedindo a entrada e saída dos funcionários na porta da fábrica, bem como fazendo piquetes para impedir a entrada e saída dos veículos no portão principal da fábrica. Além disso, antes da greve representantes da empresa realizaram várias reuniões internas com os funcionários, na tentativa de impedir o movimento legítimo, alertando-os de possíveis consequências, como demissão, perda de direitos adquiridos e demonização da entidade sindical, principalmente de seu presidente, Marcos Araujo. Alguns funcionários disseram que um dos representantes da Bimbo chegou a citar o presidente do SITAC na tentativa de culpá-lo pelo fracasso nas negociações de data-base: um golpe baixo, mentiroso e completamente desnecessário.
Durante todo processo grevista, nosso Sindicato, através de toda diretoria, esteve presente 24 horas por dia, dando todo apoio aos trabalhadores que ficaram impedidos até de utilizar os banheiros da portaria, numa atitude desumana e imperdoável que partiu da ordem dos representantes da empresa. Diante disso, o SITAC locou dois banheiros químicos para os funcionários utilizarem durante a greve. Além disso, foram oferecidos pelo SITAC alimentos (lanches) e bebidas (café, café com leite e refrigerante) para os trabalhadores dos três turnos que aderiram à greve em 100%.
A greve deveria continuar até o dia 12 de novembro, onde haveria audiência, em Campinas, entre nosso Sindicato, a Bimbo e um representante do Tribunal Regional do Trabalho-TRT, da 15ª Região, porém através da boa vontade do SITAC a audiência foi antecipada para o dia 8.
Foi acordado que os trabalhadores recebessem todos os aumentos pleiteados pelo nosso Sindicato, convalidados pela desembargadora do TRT, e que voltassem às atividades assim que a maioria dos trabalhadores aprovassem a proposta elaborada pela desembargadora, com anuência do Sindicato e dos representantes da Bimbo.
Nosso presidente Marcos Araujo realizou as assembleias ainda na tarde da sexta-feira (8), com o segundo turno, e à noite com o terceiro turno. Ao realizar assembleia com o primeiro turno, na manhã do sábado (9), os trabalhadores aprovaram a proposta elaborada pelo TRT e foram aconselhados pelo presidente Marcos a retornarem as atividades. O que foi prontamente feito, findando desta forma o movimento paredista.
Marcos fez questão de cumprimentar pessoalmente a todos os trabalhadores nas três assembleias, como forma de respeito e de gratidão, pela união e força demonstradas durante a greve. Nossos diretores também deram uma demonstração de respeito e gratidão e aplaudiram todos os funcionários da Bimbo.
Em nenhum momento, durante a greve, houve alguma intercorrência ou movimentação que pudesse causar tensão ou ameaça à integridade física ou moral dos nossos representados da Bimbo. Dessa forma, o SITAC buscou a todo momento da greve interagir com os trabalhadores, deixando-os ciente dos acontecimentos e tranquilos diante de suas metas. E foi desta forma que o movimento terminou: com êxito e atingindo o objetivo principal da greve, que era alcançar os valores entendidos como satisfatórios nos salários e benefícios dos trabalhadores neste ano de 2024, bem como resgatar o respeito e a dignidade do trabalhador diante de seu empregador.
Marcos se fez presente durante todo movimento paredista, conversou com todos os trabalhadores que quiseram falar com ele e em nenhum momento ignorou ou destratou os representantes da Bimbo, que a todo instante mostraram despreparo e desequilíbrio nas relações com o Sindicato e com os próprios trabalhadores Bimbo. Prova disso foram as atitudes desumanas de proibir a utilização do banheiro, pelo menos às trabalhadoras; as diversas tentativas mentirosas de dizer à Justiça do Trabalho que o SITAC estava causando tumulto na greve e coagindo os trabalhadores – tentativas estas que foram prontamente desmentidas com provas em vídeos e fotografias apresentadas pelo nosso corpo jurídico; tentativa de pedir ao TRT que determinasse o retorno imediato de, pelo menos 70% dos trabalhadores de cada setor, sendo que esta prática se dá somente quando a empresa oferece serviço essencial à população (que não é o caso da Bimbo).
É importante lembrar que a mexicana BIMBO é uma das maiores empresas de panificação do mundo e que é proprietária das marcas Pullman, Nutella, Ana Maria, Rap10, entre outras . Neste ano, foi anunciado que a Bimbo comprou sua concorrente WICKBOLD. Suas atitudes diante da greve em Jaguariúna não condizem com o tamanho e a importância de sua representatividade no mercado da indústria de alimentação mundial.
E se para a Bimbo o SITAC não mereceu respeito durante o movimento paredista, que esta planta de Jaguariúna pelo menos respeite os novos e futuros acordos coletivos de trabalho, bem como as negociações que visam beneficiar apenas seus trabalhadores. Outrossim, segundo consta em seu próprio site oficial, sempre deverá existir o compromisso da Bimbo com seus colaboradores que é “garantir o respeito e a sua dignidade, a sua individualidade e facilitar um ambiente seguro para seu bem-estar e desenvolvimento”.
Então que todos os seus erros diante dessa greve sejam repensados e sobretudo reconhecidos, pois proibir o uso de sanitários, mentir diante da juíza do TRT e colaborar para estremecer a relação entre empresa e o SITAC, que possui 91 anos de lutas em defesa dos trabalhadores da alimentação da nossa base territorial, tudo isso possui consequências negativas somente para a imagem do Grupo Bimbo.
E que os trabalhadores da Bimbo Jaguariúna se sintam orgulhosos, vencedores e parceiros na luta contra o patrão que vive chorando suas mágoas para dar aumento e/ou melhorar seu poder de compra, mas que no fundo tem dinheiro até para comprar seu maior concorrente.
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