O ano de 2025 já vai ficando para trás e, com ele, várias vitórias e derrotas foram travadas no campo trabalhista da nossa base territorial. Conseguimos importantes conquistas ao longo das nossas dezenas de negociações de data-base (conhecidas pelo(a) trabalhador(a) como dissídio). Foram aumentos reais significativos nos salários e nos benefícios, além de algumas novas conquistas de benefícios em algumas empresas.
Mas muita luta foi travada, principalmente com grandes indústrias, como Arcor/Bagley e Pastifício Selmi, onde até um edital de greve teve de ser publicado com intuito de se conseguir uma negociação minimamente justa. Felizmente o resultado final foi satisfatório, mas isso ocorreu graças à ajuda providencial da nova liderança da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo – FETIASP, que foi empossada na metade deste ano e já trouxe incríveis conquistas para seus sindicatos filiados no interior do estado.
Mas este ano também nos trouxe derrotas significativas, pois a legislação trabalhista brasileira permite que os trabalhadores apresentem suas cartas de oposição à contribuição com seu sindicato representativo e ainda assim consiga se beneficiar das lutas travadas pelo sindicato diante do patrão.
E para piorar, aquele trabalhador que entende que não quer ser representado pelo sindicato, consegue se beneficiar das negociações de data-base conquistadas pelo próprio sindicato “renegado”. A lei trabalhista brasileira lhe dá esse “direito” e ano após ano vai alimentando esse monstro chamado INJUSTIÇA TRABALHISTA.
A regra deveria ser como em tudo na nossa vida: entrou no restaurante, comeu e bebeu? Então paga. Se comeu, bebeu e não pagou, o restaurante chama a polícia. Outro exemplo: vai no estádio pra ver seu time. Se tiver dinheiro, paga e entra. Se não tiver, não entra. Mais um exemplo: contratou o seguro do carro, foi roubado, bateu ou se acidentou e deu “petê” no veículo? O seguro cobre. Mas se não tiver seguro, perdeu o carro.
O que o trabalhador precisa entender é que quando ele não quiser mais ser representado pelo sindicato, nas próximas negociações de “dissídio” quem vai ditar as regras será o patrão. E o nosso sindicato vive mostrando por intermédio dos nossos boletins informativos todas as evoluções nas negociações com o patrão. Percebe-se que a primeira proposta da empresa é sempre ZERO DE AUMENTO EM TUDO. E vai ser isso que poderá acontecer, caso as cartas de oposição se tornem maiores do que as contribuições. Nenhum sindicato sobrevive sem representar o trabalhador. E nenhum trabalhador sobreviverá tendo aumento ZERO todo ano. Ninguém gosta de pagar seguro do veículo. Mas ninguém quer perder dinheiro, caso ele seja roubado e não tiver seguro.
O ano de 2026 será difícil, com mudanças políticas e tensões sociais. Mas desejo que Deus olhe por nós e guie nossos passos rumo a um caminho mais justo e menos “oposicionista”.
Saudações sindicais!
MARCOS ARAUJO
PRESIDENTE
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